terça-feira, 27 de julho de 2010

ENEM: Recursos coesivos

     A coesão de um texto depende muito da relação entre as oraçoes que formam os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos (formados por mais de uma oração) normalmente são relacionados por meio de conectivos adequados. Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que se adapta a ela, Por exemplo, a conjunção "mas" normalmente é usada para estabelecer uma relação de oposição entre dois enunciados. Porém, se houver uma relação de adição  ou explicação, a conjunção deverá ser outra.
     Observe um exemplo de escolha inadequada da conjunção:
     O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas pode afetar diretamente o crescimento das plantas.
     Veja que não existe a relação de oposição que justificaria a conjunção "mas". Como a relação é de explicação, deveria ter sido usada uma conjunção para tal fim:
     O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimada, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, pois pode afetar diretamente o crescimento das plantas.
     Algumas conjunções:
    

ENEM: Construção do texto

     O que distingue um texto de um amontoado de palavras? É a relação entre palavras e frases. Devidamente conectadas, elas formam um todo que tem sentido para determinado grupo de pessoas em determinada  situação - ou seja, um texto. Este pode consistir em apenas uma palavra ou uma frase, desde que esteja dentro de um contexto significativo para existir. Por exemplo, ao visitar um hospital, você já reparou em placas que trazem apenas a palavra "Silêncio"? Ela constitui um texto, pois faz sentido para os visitantes e funcionários do hospital; afinal, ela está dentro de um contexto. Há também os textos construídos por uma quantidade maior de frases e orações. Para torná-los inteligíveis, há dois fatores importantes: coesão e coerência.
     a) Coesão:
     Consiste nas articulações gramaticais existentes entre as palavras, orações, frases,parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão. Sua função é conectar as palavras de um texto, tornando-o legível. Percebemos a coesão quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Alguns elementos coesivos foram sublinhados no exemplo abaixo, retirado de um texto.

"Existe um outro tipo de corrupção na política da qual nós nunca falamos: é a corrupção do sistema político. Esta não se trata de surrupiar o bem político. Ela consiste em tomar decisões com base em influências questionáveis, e não com vista no que é melhor para resolver problemas e melhorar o país. Trata-se de um sistema que funciona melhor para uns do que para outros porque deveria nos representar, mas não nos representa".
     No texto acima, o pronome demonstrativo "esta" e o pronome pessoal "ela" remetem à "corrupção do sistema político". Esse tipo de coesão é conhecido como remissão anafórica - quando uma palavra ou expressão retoma outra. Já a conjunção "porque" é um conectivo que estabelece uma relação de causa, enquanto a conjunção "mas" estabelece uma relação de adversidade. Logo, a coesão refere-se à forma ou à superfície de um texto. Ela é mantida por meio de procedimentos gramaticais, isto é, pela escolha do conectivo adequado na conexão dos diversos enunciados que compõem um texto.

     b) Coerência
     É o resultado da articulação das ideias de um texto, a estrutura lógico-semântica que faz com que, numa situação discursiva, palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores. Ela está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. Leia com atenção o texto abaixo:


"Existe um outro tipo de corrupção na política da qual nós nunca falamos: é a corrupção do sistema político. Portanto, esta não se trata de surrupiar o bem político. Ela consiste em tomar decisões com base em influências questionáveis, mas  não com vista no que é melhor para resolver problemas e melhorar o país. Trata-se de um sistema que funciona melhor para uns do que para outros, por isso deveria nos representar, mas não nos representar, por conseguinte não nos representa".

Observe que, no texto que você acabou de ler, foram inseridos elementos conectivos que, mal empregados, terminaram deixando o texto confuso, incoerente. Nesse sentido, é importante notar que, por vezes, a coesão leva a um problema de coerência em um texto, apesar de serem fenômenos distintos. A coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou as ideias apresentadas num texto sobre determinado assunto. Refere-se, dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos.

IMPORTANTE
A incoerência não se dá apenas por problemas com conectivos, mas por falta de relação entre as partes. Pode ocorrer, inclusive, um texto sem o uso explícito de elementos coesivos, mas que, em sua textualidade, não deixa de ser coerente. Exemplo:

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida humana. Tentativa desesperada de recordar alguma coisa. Nada. (...)

Coesão não é condição necessária nem suficiente para que um texto seja um texto. Mas o uso de elementos de coesão assegura a legibilidade, explicitando os tipos de relação entre os segmentos do texto.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ENEM: Discurso político - a arte da persuasão

     As estratégias de argumentação estão presentes em todo  lugar, de uma carta de reclamações ao discurso político.
     Persuadir é um ato de influenciar uma ou mais pessoas a fim de modificar a opinião desta/destas para que coincida com a nossa ou a que desejamos. E a argumentação é a ação pela qual se faz possível compartilhar uma opinião. Argumentar é valer-se de exemplos fortes, de um raciocínio bem estruturado e de ferramentas de persuasão. Leia o texto abaixo:
     "Criamos o programa Bolsa Família, que muita gente dizia: 'isso é assistencialismo'. As pessoas não sabem o que significam 50 reais na mão de uma mãe pobre. Com 50 reais que nós damos de gorjeta em um bar, quando tomamos cerveja, uma mãe consegue colocar comida em casa para os seus filhos, por 10 ou 15 dias. E hoje atendemos 11 milhões de famílias, são 44 milhões de brasileiros que podem comer três refeições por dia. Eu vi o depoimento de uma mulher que eu coloquei na televisão, ela dizia: 'antes da Bolsa Família, eu tinha duas netas que moravam comigo, eu comprava um lápis e cortava o lápis ao meio para que cada criança tivesse metade'. Hoje ela pode comprar uma caixa de lápis para cada neta e não precisa repartir. Esses dias, a imprensa foi atrás de uma mulher do Bolsa Família porque ela comprou uma geladeira e aí já acharam que ela era burguesa, não precisava mais do Bolsa Família. Eu quero que ela compre geladeira, eu quero que ela compre televisão, eu quero que ela compre roupa, eu quero que ela compre sapatos. É preciso acabar, neste País, com a ideia de que os do andar de baixo não podem nada e que os do andar de cima podem tudo(...)
            (Luiz Inácio Lula da Silva. Discurso na divulgação de obras do PAc em Araraguara, marça de 2008).

     Lembra-se das estratégias de argumentação? É possível identificar algumas delas no discurso político acima, como o uso de exemplos (a senhora que compra lápis para as netas). O discurso é uma exposição sobre certo assunto, com o objetivo de influir no raciocínio ou mesmo nos sentimentos do ouvinte ou leitor.
     O termo discurso refere-se ao uso da língua em um contexto específico, ou seja, à relação entre os usos da língua e os fatores extralinguísticos presentes no momento em que esse uso ocorre. Por isso, o discurso é o espaço de materialização das formações ideológicas, sendo por elas determinado. Nesse sentido, pode ser visto como uma abstração, porque corresponde à "voz" de um grupo social.

     Você sabe o que falácia?
     O substantivo "falácia" vem do adjetivo latino fallace, que significa enganador, ilusório. Uma afirmativa falaciosa é construída quando se dá segmento a um raciocínio errado, fazendo-o aparentar verdadeiro. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos. Reconhecer as falácias é, por vezes, difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica.
     Veja o texto abaixo. Ele exemplifica uma argumentação falaciosa.
     "Beth, você tem 7 milhões? Preciso pagar uma dívida com a máfia".
     "Ora, Hugo, não esquenta. A máfia não é uma entidade legal! ...Eles não têm como cobrar judicialmente essa dívida!
     "...Estudante de psicologia me da inveja". Disse Hugo.

ENEM: Técnicas de argumentação

     Existem vários recursos capazes de convencer o leitor a respeito de um argumento. Vamos enumerar algumas técnicas de argumentação:
     1 - Apresentar uma ideia e contradizê-la ou diminuir sua importância.
     O argumentar antecipa um argumento favorável ao tema que pretende criticar e, em seguida, apresenta um argumento contrário, que mostra que tal ideia é insustentável. Exemplo:
     "A Câmara dos Deputados, aprovou um projeto que faz 173 mudanças na Lei Eleitoral. Dessas, 22 tratam do uso da internet nas eleições e podem ser divididas em dois blocos. No primeiro estão as regras liberalizantes. Elas ampliam, por exemplo, o espaço na rede em que é permitido  fazer campanha eleitoral, hoje restrita aos sites dos próprios candidatos. O restante das medidas é autoritário e está em descompasso com a realidade. Elas aquiparam sites de veículos de comunicação e portais a emissoras de rádio e TV, como se os primeiros fossem também concessões públicas e, portanto, sujeitos a supervisão estatal. Não são, fique claro".

     No trecho acima, são enumerados medidas positivas do novo projeto, mas, logo em seguida, afirma-se que "o restante das medidas é autoritário e em descompasso com a realidade". O autor já se posiciona contra o projeto no início do texto.

     2)Exemplos e comparação.
     O argumentar pode recorrer a acontecimentos amplamente conhecidos para compará-los a situações e procedimentos locais. Essa estratégia foi aplicada em:
     "Trata-se de uma opinião dinossáurica, só compartilhada por ditadores chineses, iranianos, cubanos e norte-coreanos, que tentam controlar a rede de computadores. Nas democracias dignas desse nome, a internet é indisciplinada porque sua natureza é indispensável".

     A autora comparou o governo brasileiro a governos de países não democráticos para reforçar sua argumentação a respeito do autoritarismo de algumas medidas do novo projeto. E ainda completa com uma alusão ao histórico político do deputado relator do projeto.
     "O deputado Dino, tão rígido em relações ao que vai pela rede, mostrou-se flexível em temas mais próximos aos parlamentares. Ele foi favorável a que políticos 'ficha-suja', que respondem a processos criminais, possam se candidatar e também oficializou as 'doações ocultas', feitas aos partidos para esconder o vínculo do doador com o candidato".

     3.Citação
     Consiste em recorrer a argumentos de autoridades ou especialistas em determinados assuntos para reforçar o posicionamento ou conferir maior credibilidade ao texto. A autora do texto, inseriu a opinião de um especialista em sua reportagem:
     "Especialista em legislação de internet, o advogado Renato Opice Blum diz que os deputados tentam tolher a liberdade de expressão. 'Muitos artigos do projeto não fazem sentido, como o que exige que todos os políticos tenham idêntico tempo ou espaço na rede. Ora, como isso é possível num meio que prima pela instantaneidade e por abrigar milhões de opiniões individuais'?, espanta-se Blum".

     Esses são apenas alguns recursos comumente utilizados. Há muitos outros, como a apresentação de dados numéricos - o que confere maior credibilidade à argumentação - ou o uso de ironia. 

ENEM: Gêneros argumentativos

     Existem vários gêneros textuais usados para apresentar e defender um ponto de vista.
     Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em fatos e opiniões. É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais e na internet temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores. Num jornal, por exemplo,  podemos identificar vários gêneros argumentativos - o artigo, o editorial, a coluna. Por vezes, alguns textos de caráter informativo, como reportagens, podem trazer juízos de valor ou adotar um posicionamento crítico.
     O importante, para se preparar para a prova do Enem, é saber reconhecer estratégias argumentativas e procedimentos de argumentação. Os procedimentos implicam estruturar o texto de acordo com o receptor(uso de linguagem adequada e construção coerente da argumentação) e as estratégias são recursos que podem ser usados para reforçar a argumentação. Agora, analisemos alguns gêneros que, de imediato, podem ser identificados como argumentativos:

     a)Artigo opinativo: comum nos jornais e revistas. Ele é, em geral, escrito por colaboradores ou personalidades convidadas e não reflete necessariamente a opinião do veículo de comunicação. Analisa um fato ou uma série de fatos em relação ao contexto político, social, econômico ou comportamental. Segue a estrutura de um texto dissertativo: introdução/desenvolvimento/conclusão. Pode ser escrito na primeira ou na terceira pessoa.

     b)Coluna: é um espaço dos jornais e revistas prioritariamente destinado à informação exclusiva, ao bastidor da notícia - comporta a manifestação do colunista sobre aquele fato que está informando ou analisando, muitas vezes com postura crítica em relação aos acontecimentos. Dois exemplos: Diogo Mainard, da revista VEJA, e Clóvis Rossi, do jornal Folha de São Paulo.

     c)Editorial/Carta ao leitor: espaço reservado nos jornais e revistas para manifestar a opinião do veículo, da instituição - opinião que, na verdade, é definida pelos dirigentes (muitas vezes o próprio dono) da empresa. diferentemente dos outros formatos, o editorial não tem nenhuma preocupação em informar o leitos, mas em formar opinião. Em vez de fatos, traz argumentos, que se tornam convincentes graças a recursos de retórica. Por emitir a opinião do veículo, o texto pode vir sem a assinatura do autor ou então ser assinado pelo editor, em nome da publicação.

     Esses são apenas alguns gêneros. É importante saber que a argumentação e a persuasão estão presentes no texto publicitário, nas cartas argumentativas e, principalmente, em textos de caráter teoricamente informativo.

   

ENEM: Gêneros textuais - 2

     Pedir um emprego não significa bater de porta em porta ou atirar às cegas. É um ato planejado. anúncios de jornais, sites de emprego e outros são as fontes de informações, a pessoa poderá decidir sobre qual empresa está oferecendo a vaga nais adequada. Quando for redigir uma carta de solicitação de emprego, é importante que o empregador a leia rapidamente. Por isso, o candidato deve organizá-la de modo que sua leitura seja fácil e que as informações importantes estejam claras.

Abaixo, um modelo de carta de solicitação de emprego:
(Local e Data)
À: (nome da empresa)
De: (nome do interessado na vaga)
Prezado(a): (nome do responsável pela vaga e setor)
De acordo com o anunciado em (indique a fonte da informação e a data da publicação), tomei conhecimento de que a (nome da empresa) está buscando contratar (denominação da vaga).
Considero-me apto para ocupar a referida vaga, em virtude da experiência profissional e dos conhecimentos que possuo. Isso poderá ser verificado no meu currículo que está em anexo.
Quanto à pretensão salarial e demais detalhes, poderemos discutir pessoalmente, em uma entrevista em que terei oportunidade de prestar-lhes maiores informações.
No aguardo de um breve resposta, menciono abaixo meus dados para contato.
Atenciosamente,
(nome)
(Endereço)
(CEP, cidade, UF)
(Telefone)
(e-mail)

          (Fonte: http://gostei.abril.br/frame,adaptado).

quinta-feira, 1 de julho de 2010

ENEM: Intertextualidade - diálogo entre gêneros

     A intertextualidade é possível quando se conhecem as obras citadas indiretamente.
     Com muita frequência, um texto retoma passagens de outro. Na literatura, a citação, muitas vezes, é implícito, ou seja, um poeta ou romancista não indica o autor e o trabalho de onde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito de obras que compõem determinado universo cultural. Leia os dois exemplos abaixo:

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
              (Gonçalves Dias)

Canção do Exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
Gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda

Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
                                                     (Murilo Mendes)

Os dois textos acima exemplificam um tipo muito comum de intertextualidade - a paródia, que consiste em subverter o texto parodiado. A Canção do Exílio de Murilo Mendes é uma pesada crítica a vários aspectos da sociedade brasileira, revestidos de certo sarcasmo. Começa criticando as influências estrangeiras, representadas no início to texto pelas macieiras da Califórnia e gaturamos de Veneza. Ela contradiz abertamente a entusiasmada Canção do Exílio de Gonçalves Dias. Outro tipo de intertextualidade é a paráfrase: as palavras são mudadas, mas a ideia original é confirmada pelo novo relato. A alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. Enfim, é dizer com outras palavras o que já foi dito. Exemplo:

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a 'Canção do Exílio'.
Como era mesmo a 'Canção do Exílio'?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
         (Carlos Drummond de Andrade, europa, França e Bahia)

O poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto Canção do Exílio conservando ideias. Não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Outro aspecto que deve ser levado em conta: a intertextualidade não se restringe aos textos literários - ela pode existir entre os mais variados gêneros. Por exemplo, os textos publicitários, muitas vezes, fazem remissão a poemas, romances, filmes ou músicas consagradas.